Formação do mercado de trabalho em São Paulo: café, açúcar e trabalho temporário. São Paulo, Brasil

Cláudia Alessandra Tessari (Universidade Federal de São Paulo , UNIFESP, Brasil)

Ponencia Tessari

FORMAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO EM SÃO PAULO: CAFÉ, AÇÚCAR E TRABALHO TEMPORÁRIO. SÃO PAULO, BRASIL (1888-1915)

Este texto tem o objetivo de aprofundar o estudo do trabalho temporário como forma de trabalho estruturante das atividades produtivas cafeeira e açucareira durante a estruturação do mercado de trabalho no Estado de São Paulo (Brasil), após o fim da escravatura, entre 1888 e 1915. No período, o Estado de São Paulo vinha tomando a dianteira dos processos econômicos e políticos mais importantes do país e possuía uma economia extremamente dinâmica baseada sobretudo na produção cafeeira mas, em menor medida também nas produções açucareira, algodoeira e de alimentos. No geral, a historiografia dá grande importância para o regime de trabalho baseado no colonato nas atividades cafeeiras e açucareiras como forma transitória para o trabalho assalariado em São Paulo, considerando o trabalho temporário como acessório ou residual. Este artigo, no entanto, relativiza a importância exclusiva do colonato, defendendo a ideia de que o eixo estruturante das atividades produtivas cafeeira e açucareira na região no que diz respeito ao trabalho deve ser pensado como um  arranjo “colonato + trabalho temporário”. Mostra que o colonato, sozinho, não era suficiente para dar conta do trabalho tanto em termos quantitativos quanto qualitativos e que o trabalho temporário era também essencial e não acessório e residual. Para a pesquisa foram utilizados como base documental Almanaques Agrícolas, Boletins da Agricultura, artigos de fazendeiros e técnicos publicados na Revista Agricola, Relatórios de secretários de Agricultura e Relatórios técnicos referentes ao Estado de São Paulo.