Fausto Saretta- UNESP Departamento de Economia Araraquara (Brasil)
O texto visa comparar as visões sobre o desenvolvimento econômico brasileiro de Octavio Gouvêa de Bulhões e Celso Furtado no início da década de 1950. Estes anos trazem um debate dos mais instigantes e proveitosos sobre a forma de pensar, e de propor soluções para o desafiador processo de crescimento e desenvolvimento da economia brasileira. Desde o final da II Guerra se aprofundam e ganham cada vez mais consistência, tanto política quanto teórica, as questões atinentes aos caminhos e opções para o necessário desenvolvimento da economia nacional. Neste sentido se imbricam a formação de órgãos públicos e privados de diferentes concepções e abordagens sobre a economia brasileira, como a SUMOC, o IBRE da FGV, o BNDE. Ademais, registre-se a crescente aceitação tanto no meio político quanto empresarial das propostas originárias da CEPAL e seu diagnóstico abrangente do subdesenvolvimento e das formas de superá-lo. O confronto das ideias entre Bulhões e Furtado nas páginas da Revista do Conselho Nacional de Economia, dois homens públicos e intelectuais da maior relevância na vida brasileira é um ponto importante e contribui para o entendimento dos rumos do desenvolvimento brasileiro.
